sábado, 10 de setembro de 2011
A garota insolúvel
Estava ela caminhando sozinha na praça, na rua, solitariamente obscura, ela olhava aos lados e não encontrava nada, não encontrava alguém a quem caminhar, pegar em sua mão e chamá-la pra jantar. Tudo parecia tão complicado, e o indeterminado passou a ser seu melhor amigo nos dias de chuva, onde a mesma insistia em andar pela praça, aquela praça que a incomodava e a deixava viciada em permanecer ali. Por mais que ela não soubesse e não acreditasse as coisas estavam fluindo da maneira que deveriam acontecer, o mundo continuava no mesmo lugar, as flores ainda habitavam aquele lugar, o problema não eram seus tantos graus e aquele todo problema de visão, sim, ela conseguia enxergar e via que tudo poderia ser solúvel e certamente, seu mundo inseguro poderia se misturar com o considerável errado jeito de viver. Entre dúvidas e mais dúvidas, a chuva parou e de repente ao sentar-se e parar de caminhar sem rumo, encontrou-se com uma borboleta, a mesma por incrível que pareça pousou ao seu lado. E disse – O que esperas da vida? Viver sempre da mesma forma, ensaiando tudo e esperando os dias se repetirem? Saibas que estás jogando tudo ao vento menina. Entusiasmada com a presença da borboleta, a menina insolúvel disse: - Que fazes aqui? Já que meu mundo não é tão agradável quanto o seu mundo feliz? Depois de longas conversas e longas dúvidas, a menina encarregou-se de tentar mudar, para agradar a tal borboleta que passava todos os dias por ali. Até que, por ironia do destino a borboleta sumiu, foi-se para nunca mais voltar. E, sozinha, passo a passo a menina abandonou a praça, mas desta vez não a procura da borboleta que era livre, e passava na vida de muitas pessoas e sim porque ela aprendeu a lição de que: Tudo que passar em sua vida irá simplesmente passar. Ela não precisava tomar distância da realidade pelo fato de mesmo que tudo tenha começo esteja próximo do fim, as coisas não vão ser perfeitas sempre mas nem por isso devemos desistir do que é agradável e seguro para nós mesmos em determinados momentos. Ser "permeável" foi a melhor opção depois de amargas noites sozinha, em busca de algo, alguém. Hoje não se sabe se a tal menina é feliz, mas o que sabe-se é que ela encontrou a amplitude da vida na liberdade de deixar as pessoas entrarem e sair de seu caminho, como borboletas ao vento.
Texto de minha autoria, Ana Rosa C. Mangueira
Pequenas regras
Apostei muito durante toda minha vida, isso não difere de todos os outros casos que houveram por aí, se bem que nunca fui de pesquisar novas verdades nem poucas vontades, eu fui além. Incrível mesmo é a capacidade do ser humano de ir além com tudo. Na realidade eu nunca consegui manter nada em minha vida, não consegui me manter. Sabe o que é ver amigos escaparem em suas mãos? E outros lhe aplaudirem de pé, muitos considerados como irmãos, não vejo solução a vida é rigorosamente justa e injusta por tirar de você aquilo que te teve como opção. Rumores, ruídos e regras. Somente elas, foram capazes de segurar metrópoles e levar impérios a ascender. Mas nem sempre elas serão infalíveis assim, pois são incapazes de dominar e reter o coração de um indomável e incalculável ser.
Maldito relógio
Aprendi a contar as horas, mas parece que não tem adiantado muito sabe? Esse tempo, esse ciclo e todas essas coisas de números criados pelas pessoas estão consumindo a mente delas, é tão incomodo se importar tanto com o horário das coisas acabarem, são tantas regras e obrigações a serem cumpridas em 24 horas do dia que fica até difícil falar de amor, de vida, de presença. Até porque, presença me lembra pessoas, afeto. E algumas dessas coisas não me soam bem, não me parecem seguras. Não por todos, nem pra ninguém, é que com tanta diferença as vezes eu esqueço que uns reclamam por falta de carinho e outros por falta de tempo. Só me resta minha doce e amarga indiferença.
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